Tim Carter, dono de um site americano de contrução, foi pego de surpresa depois que sua receita no AdSense do Google saiu de US$ 1.400 para US$ 70. Em 2011, quando a gigante da internet iniciou o projeto 'Panda', que retirava dos resultados de buscas alguns sites considerados ruins, a página do Carter foi identificada como lixo e a falta de exposição na página de buscas acabou com os negócios do empresário.
Existem muitos casos como de Carter dentro do Google. Atualmente, a gigante da web é responsável por 66% das buscas no mundo e este é o motivo pelo qual a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos e a Comissão Europeia querem garantir que as empresas que estão presentes na internet possam competir de forma justa dentro do site de buscas.
Os órgãos reguladores estão pressionando a companhia a mudar a forma como suas buscas são feitas de modo a não favorecer seus próprios serviços. A legislação antitruste prevê regras e normas destinadas a proibição de ações que limitem ou tenham possibilidade de limitar a concorrência.
Sendo assim, na semana passada, o presidente da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, Jonathan Leibowitz, deu um prazo para o Google resolver estas pedências e, caso a companhia não tome nenhuma atitude dentro do período estipulado, poderá enfrentar um processo judicial.
As investigações sobre o possível monopólio da companhia se concentram, principalmente, em saber se a empresa classifica os resultados da pesquisa para favorecer os próprios negócios, se ela aumenta as taxas de cobrança de anúncios publicitários para os concorrentes, e se usa seu controle sobre o Android para desencorajar fabricantes de smartphones e aplicativos rivais.
Em uma reportagem especial, o site Cnet conversou com 24 especialistas na área para traçar três possíveis cenários que a companhia pode enfrentar daqui para frente. A primeira sugere que a empresa poderá ser obrigada a reformular seu algoritmo - vilão e ao mesmo tempo heroi de seu sucesso. A segunda indica que o Google precisará apenas de algumas mudanças simples, como a adição de etiquetas em seus resultados de buscas que identifiquem quais sites encontrados são da própria companhia. E a terceira sugere o pior cenário para a gigante de buscas: desmembramento da companhia.
As análises do motor de busca estão acontecendo desde o início de 2010. Três empresas europeias acusaram o Google de praticar o truste, dominando o mercado global de busca e propaganda no universo online, sem deixar espaço para que concorrentes cresçam e se desenvolvam. Uma das empresas é o site italiano Ciao!, que promove a comparação de preços de produtos, e que foi comprado em 2008 pela Microsoft - rival do Google no mercado de buscas.
Na Itália, o Google já sofreu acusações de truste vindas de publishers de jornais, que afirmam que a empresa dominou o mercado fazendo com que o cenário publicitário não queira mais investir em outras mídias. E na Alemanha e França, reclamações parecidas também rondaram os tribunais.
Quer contribuir com a dicussão? Diga nos comentários abaixo o que você acha do Google e de seus resultados de buscas. Você acredita que a companhia precisa reformular seu algoritmo para dar mais espaço aos concorrentes ou pensa que a empresa está sendo justa com todos? Divida sua opinião com a gente.